Publicado em 04 de agosto de 2022 por Mecânica de Comunicação
Segundo a FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a produção mundial de painéis de madeira, em 2018, totalizou 4,1x108 m³ de chapas produzidas. Sendo o Brasil ocupante do 6° lugar entre os maiores produtores mundiais de painéis de madeira, com 7,3x107 m³ de chapas produzidas ao ano.
Assim como outros setores, a área de painéis de madeira apresenta a necessidade cada vez maior de desenvolver uma produção mais sustentável e racional, o que eleva a busca por ferramentas que permitam atender todas as necessidades dos seus consumidores e, ainda, trabalhar em conformidade com as práticas de responsabilidade social e ambiental.
A partir deste contexto, técnicas vêm sendo aplicadas a fim de analisar e identificar os principais causadores de impactos ambientais. Uma das técnicas é a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que identifica e quantifica os impactos ambientais, para eventuais sugestões de mudanças no sistema, porém, não permite a substituição da etapa “fim de vida” do produto, o qual atualmente é uma etapa que necessita de uma atenção maior devido ao excesso de produtos descartados que poderiam ser recuperados, reutilizados ou reciclados. Assim, para uma bioeconomia circular, os recursos biológicos devem ser renováveis, gerenciados de forma sustentável, recuperados e reutilizados quanto possível.
Nesse sentido, a indústria de painéis de madeira possui nove práticas de economia circular: o trabalho com aproximadamente 89% de materiais de origem renovável; 100% da madeira utilizada na produção de painéis de madeira são provenientes de reflorestamento; destinação 100% adequada dos resíduos pós- corte da madeira; destinação adequada dos resíduos obtidos no processamento da madeira, sendo encaminhados a caldeira da usina térmica, para a queima e fornecimento de energia aos processos dentro da fábrica; uso de aproximadamente 80% de energia renováveis que abastecimento; adaptações de equipamentos (caldeiras e secadores) para a utilização de biomassa em substituição ao gás liquefeito de Petróleo (GLP) para geração de calor, o que levou a redução do uso do combustível fóssil; utilização de água superficial e subterrânea (quase 95%) captada em rios e poços artesianos instalados nas unidades; aproximadamente 25% da água utilizada durante o processo é recuperada pelo sistema de tratamento de efluentes; e recuperação das cinzas provenientes da queima da biomassa e, do lodo e compostos orgânicos gerados estação de tratamento de efluentes para compostagem, retornando como fertilizantes para o setor florestal.
Mas, existem novas oportunidades de inserir novas práticas de economia circular, como o uso de resinas verdes, de resíduos agroindustriais e da lignina; a recuperação de painéis pós-uso ou não conformes como matéria-prima para wood plastic composite ou wood cementc omposite; o tratamento térmico em estufa ou prensa; a inserção de nanopartículas, entre outros.
O fomento da economia circular no sistema produtivo de painéis de madeira permitirá a redução de impactos ambientais relacionados ao uso intenso de matéria-prima proveniente de fontes não renováveis, o retorno do produto para novamente ser reinserido no processo como parte de material, ou como biomassa para geração de energia, o qual visa à redução do uso de energias proveniente de fontes não renováveis.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Práticas de economia circular no sistema produtivo de painéis de madeira,defendida por Cristiane Karyn de Carvalho Araújo,no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,sob orientação do professor Cassiano Moro Piekarsk.
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