Publicado em 06 de novembro de 2025 por Mecânica de Comunicação
A certificação no setor florestal tem o intuito de garantir aos consumidores informações sobre a sustentabilidade da produção, a origem do produto e o emprego de práticas de manejo mais adequadas e humanizadas no processo produtivo. Além disso, uma organização do ramo silvicultural busca a certificação com a finalidade de demonstrar à sociedade que implementa ações internas em prol da melhoria de seus valores intangíveis, de melhorar sua imagem perante todas as partes interessadas e garantir acesso a novos mercados consumidores.
No Brasil, os sistemas de certificação florestal mais utilizados são: o Forest Steward Council (FSC) e o Programa Brasileiro de Certificação (Cerflor) que é vinculado ao Program for the Endorsement of Forest a Certification Schemes (PEFC). Esses padrões atuam sob três modalidades: certificação do manejo florestal, cadeia de custódia e madeira controlada. E entre eles, o FSC é o padrão com a maior área certificada no território brasileiro. Existe ainda a ISO 14001 que é uma norma da ABNT voltada para certificação ambiental.
Os números da certificação florestal no Brasil ainda são modestos, considerando a dimensão de sua cobertura florestal e o número de indústrias não certificadas em cadeia de custódia. Alguns autores atribuem a baixa aceitação dos padrões certificadores às dificuldades encontradas pelas organizações para cumprir com alguns requisitos. Sendo as mais citadas: o alto custo; a complexidade; problemas associados com a capacidade de governança; e problemas de interações socioeconômicas.
É fundamental que a certificação seja amplamente aceita, por isso, levar em consideração os interesses de diferentes grupos e partes interessadas é a chave para o sucesso de processos de certificação. Ao incluir as demandas das partes interessadas em uma certificação é possível aumentar a adesão das organizações, visto que o processo é voluntário. Ademais, é possível que essa inclusão estimule uma mudança comportamental dos stakeholders, fazendo-os reivindicar a adoção das organizações aos requisitos propostos.
É preciso esclarecer que a adoção de práticas de responsabilidade socioambiental, por parte das empresas, não é identificável e observável diretamente, ou seja, é intangível. O que é identificável e observável é a sua aderência aos requisitos mínimos necessários para a certificação, logo, somente a empresa que atender minimamente aos requisitos poderá ser contemplada pela certificação, indicando que possui responsabilidades socioambientais.
Para tanto, é necessário a utilização de metodologias capazes de mensurar os valores intangíveis, assim, por meio de instrumentos medidores elaborados a partir de uma matriz de conceitos (construto teórico) torna-se possível mensurar as manifestações da realidade observadas indiretamente por meio de outras variáveis, isto é, pode-se mensurar o traço latente, que significa habilidade, conhecimento, proficiência, atitude, comportamento, aptidão, resistência a mudança, maturidade, entre outros.
Assim, dado o traço latente, que em si não pode ser medido e apenas enumerado, ele é mensurado pelos atributos que são expressos em fatores. E esses fatores possuem escalas de medida. Espera-se que o traço latente possa ser expresso em termos observáveis, com magnitudes apropriadas e considerando aspectos próprios desse objeto psicológico.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Indicadores de sustentabilidade funcionais para avaliação do manejo florestal no contexto amazônico, defendida por Liliane Souza Brabo, na Universidade Federal Rural da Amazônia, sob orientação do professor João Olegário Pereira De Carvalho e coorientação dos professores Jonas Elias Castro Da Rocha e Rafael Da Silva Fernandes.
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