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Publicado em 05 de janeiro de 2023 por Mecânica de Comunicação

Centro de descarte de lixo eletrônico em universidades resultam em benefícios ambientais e sociais

A universidade sustentável é uma Instituição de Ensino Superior (IES) que se compromete em reduzir possíveis impactos gerados por suas atividades. É preciso lembrar que as universidades podem ser consideradas pequenas cidades que afetam o meio ambiente, seja pelo consumo de energia, perda de espaços verdes, uso de produtos químicos ou pela produção de resíduos.

O estímulo às práticas sustentáveis nas universidades pode contribuir ao bem-estar social e ambiental ao passo que também difunde conhecimentos a sociedade. Entretanto, uma barreira para a implantação da sustentabilidade é definir parâmetros exatos que uma instituição de ensino superior sustentável deve ter e seguir, pois é complexo analisar todos os aspectos de um campus sustentável, porém um passo importante, é identificar possíveis práticas sustentáveis nas operações internas. O desenvolvimento de práticas sustentáveis requer tempo.

Quando se trata de gestão de resíduos eletrônicos, a implantação de projetos como o Centro de Descarte e Reuso de Lixo Eletrônico (CEDIR) da Universidade de São Paulo (USP) é pioneiro, sendo idealizado e concebido devido ao engajamento de toda comunidade universitária. Com isso, é possível colocar em prática os conceitos de Green IT, ou seja, um conjunto de práticas, estratégias e políticas sustentáveis, que envolvem operações, o sistema de informação e infraestrutura de TI, objetivando conciliar resultados econômicos e ambientais. A obsolescência programada tem contribuído ao descarte de inúmeros itens tecnológicos, ampliando a degradação dos recursos naturais e poluição ambiental.

O CEDIR da USP, por exemplo, realiza a triagem dos equipamentos e componentes eletrônicos e o material é separado em dois grandes grupos: resíduos eletrônicos e material com viabilidade de funcionamento. Quando há possibilidade de conserto ou melhoria, peças em bom estado podem ser utilizadas na remanufatura de microcomputadores e, posteriormente, são doados ou emprestados a projetos sociais, universidades e escolas públicas com necessidade de recursos de informática.

Já o material eletrônico considerado inservível, passa por processo de pesagem, desmontagem, separação de componentes, descaracterização e compactação. Ao final do processo, os componentes separados conforme placas, plástico, metal e vidro são armazenados segundo quantidade de compra especificada por recicladores e depois encaminhada aos mesmos para aproveitamento da matéria prima. Cabe observar que as indústrias de reciclagem são certificadas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) e credenciadas no CEDIR/USP.

Um CEDIR em uma universidade traz inúmeros benefícios, como a valorização da indústria de reciclagem local e capacitação de catadores, mediante parcerias, como palestras e minicursos; o estabelecimento de pontos de coleta credenciados ao Centro proposto, para destinação sustentável, evitando que esses resíduos fiquem estocados nas residências, empresas, instituições e industrias; estímulo ao ensino, pesquisa e extensão por temas associados a geração de lixo eletrônico; redução do número de equipamentos eletrônicos (informática e telefonia) enviados a aterros; e suporte a projetos sociais locais, pelo empréstimo de itens remanufaturados ou de possível reutilização que atendam suas características básicas de funcionamento.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Proposta de Processo para Desenvolvimento de um Centro de Descarte e Reuso de Lixo Eletrônico na Universidade Federal de Goiás, defendida por Edvaldo Capingote Serafim da Silva, no Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Goiás, sob orientação da professora Stella Jacyszyn Bachega e coorientação do professor Dalton Matsuo Tavares.