Publicado em 23 de fevereiro de 2023 por Mecânica de Comunicação

Edifício verde de universidade brasileira comprova confiabilidade de sistema fotovoltaico

As universidades, instituições de ensino e pesquisa exercem uma importante função na sociedade com a promoção humana, pois além de atuar como disseminadoras do conhecimento e desenvolvimento tecnológico, aplicando conceitos teóricos com a prática acadêmica, permitem o maior conhecimento técnico sobre novas formas de se alcançar o desenvolvimento sustentável.

No Brasil, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que tem sido tradicionalmente valorizada por seu foco tecnológico, alcançou a transição de sustentabilidade no ambiente acadêmico com a proposta do primeiro Escritório Verde (EV) no Brasil, responsável pelo desenvolvimento e implementação de políticas ambientais no campus de Curitiba.

O planejamento do EV começou em 2002, visando à implementação de ações em conformidade com a Agenda 21. Inaugurado em 2011, a edificação sustentável modelo de 150 m² adotou diversas estratégias de sustentabilidade em parceria com mais de sessenta empresas, visando verificar o desempenho destas estratégias, entre elas, a máxima eficiência energética, conforme descrito no capítulo anterior.

Além de utilizar a iluminação natural e do uso de lâmpadas LED’s, o projeto também optou pela técnica de geração fotovoltaica como linha mestra para prover energia à edificação, em conjunto com o sistema elétrico da concessionária.

O estado do Paraná apresenta um enorme potencial existente para geração de energia solar fotovoltaica se comparado a outros estados e regiões do Brasil e com a Europa. O nível médio de irradiação solar no estado é de 1.986 kWh/m².ano, com a maior média ocorrendo no mês de março, sendo a média do Paraná aproximadamente 59% superior à média apresentada na Alemanha, que tem índices médios de irradiação solar equivalente a 1.251 kWh/m².ano.

O Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede (SFVCR) do EV da UTFPR é baseado na interação destes dois agentes responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica: a concessionária e o gerador fotovoltaico, e possui uma potência instalada de 2,1 kWp (10 módulos KYOCERA de tecnologia de silício policristalino, modelo KD210GX-LP ligados em série) e um inversor monofásico em 220V de 2 kW de potência nominal (PVPOWERED modelo PVP2000). A área ocupada na cobertura da edificação para esse painel é de apenas 15m².

Analisando-se o funcionamento do SFVCR do EV nos anos de 2012, 2013, 2014, 2015 e de 2016, observou-se uma geração total de 11,67 MWh (Mega Watt Hora) neste período. A geração de energia elétrica é proporcional à irradiação incidente no painel FV, onde nos meses de verão (maior incidência solar) há maior geração de energia elétrica e nos meses de inverno, (menor incidência solar) há menor geração.

O acompanhamento nestes cinco anos de operação do SFVCR do EV em Curitiba confirma que esse sistema é de alta confiabilidade, visto que ele opera de forma ininterrupta desde sua instalação, de forma limpa e silenciosa e não necessita de área adicional, pois o painel fotovoltaico está instalado sobre o telhado da edificação. Dessa forma, comprava-se que essa é a forma mais promissora de geração distribuída para o ambiente urbano.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Análise do Potencial da Geração de Energia Fotovoltaica para Redução dos Picos de Demanda e Contribuição Energética nas Edificações da UTFPR em Curitiba, defendida por Juliana D’Angela Mariano, no o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - PPGEC, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, sob orientação do professor Jair Urbanetz Junior.