Publicado em 23 de março de 2023 por Mecânica de Comunicação
O Brasil é o maior produtor mundial de etanol proveniente da cana-de-açúcar. Por causa de suas características climáticas e de solo favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar e aliado às grandes áreas cultiváveis, o país torna-se um grande participante na comercialização mundial de elevada competitividade.
A agroindústria sucroalcooleira brasileira, diferentemente do que ocorre nos demais países, opera numa conjuntura positiva e sustentável. Ao conciliar as preocupações relacionadas ao meio ambiente e os efeitos indesejáveis da utilização dos combustíveis fósseis, que considera o balanço do lançamento de carbono na atmosfera e os seus danosos efeitos no aquecimento global, o segmento industrial brasileiro, quando produz o etanol, oferta para o mercado um combustível ecologicamente correto, que não afeta a camada de ozônio e é obtido a partir de fonte renovável.
O setor também possui um elevado mix de produtos derivados da cana-de-açúcar, além do açúcar e etanol, que são fabricados a partir do caldo e dos resíduos sólidos e líquidos da moagem, pode-se listar também a rapadura, cachaça, cogeração de energia elétrica e entre outros, fazem com que o setor possua um grande potencial de aproveitamento da matéria prima em 100%
O Estado da Paraíba, historicamente, é o terceiro maior produtor de etanol do Nordeste. Com área plantada de 122 mil ha (safra 2018/19 e safra 2019/20), a produtividade está acima de 72 mil kg/ha, registrada na safra 2018/19. Entretanto, a produção sucroalcooleira paraibana sofre grande limitação da extensão da área produtora, por estar concentrada apenas na zona litorânea do estado, baixa fertilidade do solo, baixo nível tecnológico de produtores de menor porte, falta de investimentos e inexistência de legislações estaduais perante práticas sustentáveis.
Assim, o setor sucroalcooleiro paraibano apresenta grande potencial de crescimento, e busca ser guiado por novas práticas sustentáveis. Nesse sentido, a relação do Programa RenovaBio com o setor sucroalcooleiro paraibano possui completo potencial para reestruturação econômica e sustentável do setor, atrelando a sustentabilidade e eficiência produtiva ao negócio da economia de baixo carbono.
O RenovaBio foi criado com objetivo de garantir a participação de biocombustíveis na matriz energética nacional auxiliando no aumento da segurança energética e consequentemente a redução da emissão dos gases do efeito estufa, com intensificação do setor sucroalcooleiro/sucroenergético e buscando a independência energética. Já o CBIO é um ativo financeiro negociado na bolsa de valores e correlacionado com as metas nacionais de redução de emissões de carbono e a certificação da produção de biocombustíveis, sendo concedidos aos produtores que receberam créditos conforme a quantidade de energia limpa gerada.
Com o RenovaBio, o setor sucroalcooleiro paraibano pode mensurar as emissões de CO2 em todo ciclo de vida do etanol, para negociar Créditos de Descarbonização (CBIOs) com o mercado. A produção e possível comercialização do biocombustível anidro e hidratado o setor pode contribuir com uma potencial redução de 401.572,0 t CO2 de serem lançadas para camada de ozônio, e, gerar cerca de 401 mil CBIOs, ou seja, lucro de R$ 13,7 milhões no setor. Ofertando, assim, um biocombustível cada vez mais sustentável e menos poluente em todo seu ciclo de vida.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Eficiência energética ambiental na produção de etanol no setor sucroalcooleiro da Paraíba, defendida por Lucas Vitorino Alves, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais – PPGEGRN, sob orientação do professor José Dantas Neto.
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