Publicado em 20 de abril de 2023 por Mecânica de Comunicação
A adoção do conceito Cidades Inteligentes ganhou visibilidade nas últimas décadas com a promessa de otimizar serviços, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e possibilitar cidades mais inovadores e sustentáveis. Para isso, defende o uso do potencial tecnológico e busca explorar as capacidades das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no aprimoramento e gerenciamento de serviços e infraestruturas urbanas.
Já o conceito Cidade Sustentável vem sendo entendido como um conjunto de abordagens que visam aplicar a sustentabilidade urbana, através da adoção de estratégias do Desenvolvimento Sustentável ao planejamento de cidades novas ou já existentes, visando contribuir para a melhoria da qualidade de vida e da proteção ambiental, com equidade e bem-estar a longo prazo.
Em termos gerais, os conceitos Cidades Inteligentes e Cidades Sustentáveis vêm sendo almejados a partir de diferentes perspectivas e as implementações produzem respostas por vezes distantes do que fora pretendido. Diante da ampla variedade de objetivos e metas, tais conceitos devem utilizar-se de metodologias e normatizações como forma de alcançar suas aspirações.
Nesse contexto, as ferramentas de avaliação têm o potencial de dar suporte para a tomada de decisões e para as cidades analisarem os seus desempenhos. As cidades buscam, na proposição de indicadores, uma forma de mensurar o quão inteligentes ou sustentáveis estão se tornando. A avaliação, por meio de indicadores, tem recebido atenção nas pesquisas científicas e se propõe a monitorar e retratar a realidade das cidades diante dos esforços em busca da inteligência ou da sustentabilidade.
O desafio de comparar o desempenho ambiental das cidades é um sintoma-chave para o Desenvolvimento Urbano Sustentável. Sintoma porque decorre de questões estruturais, ao considerar que o desempenho das cidades deve melhorar, não só nas questões ambientais relacionadas ao seu limite territorial, mas também na diminuição da transferência de custos ambientais para outros ecossistemas, o que representa uma dificuldade considerável.
A análise do desempenho ambiental das cidades é complexa e difícil. O problema reside nas inconsistências conceituais e práticas nas medições, por isso, sugerem que os indicadores devem cobrir as três dimensões da sustentabilidade: social, ambiental e econômica, além de considerar os padrões das cidades e regiões metropolitanas a serem avaliadas.
Nesse cenário, a ISO desenvolveu um padrão para cidades inteligentes. É o caso da ISO 37122, a qual compreende uma cidade inteligente como uma cidade que oportuniza soluções de sustentabilidade social, econômica e ambiental atendendo às provocações do acelerado crescimento populacional. Para isso, ela utiliza informações de dados e tecnologias modernas, além de preconizar o engajamento da sociedade e a liderança colaborativa. Já a ISO 37120, voltada para Cidades e Comunidades Sustentáveis, traz indicadores de serviços urbanos e qualidade de vida. As normas ISO para medir Cidades Inteligentes e Cidades Sustentáveis são consideradas referência mundial em avaliação de desempenho.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Cidades inteligentes e cidades sustentáveis: uma análise comparativa à luz da literatura e das ISOs: 37120:2018 E 37122:2019, defendida por Fabiana Maria da Conceição Mendes, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), sob orientação do professor Valdir Fernandes.
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