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Publicado em 18 de maio de 2023 por Mecânica de Comunicação

Avaliação e mitigação das emissão de odores em estações de tratamento de esgoto

Os problemas relacionados a operação de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) geram impactos ambientais em diversos níveis e, dentre os principais, destaca-se o impacto de vizinhança, momento em que a qualidade de vida das populações que rodeiam a área física da estação é afetada, por exemplo, pela emissão de fortes odores.

A redução dos impactos relacionados a emissão de odores é uma parte essencial da operação da ETE e do manejo de resíduos, o que o torna um processo complicado por conta da geração, emissão e movimentação desses gases, influenciado principalmente por condições climáticas. Contudo, o avanço da tecnologia tem permitido o desenvolvimento de soluções diversas, que variam quanto a operacionalidade e custos.

A avaliação dos impactos ambientais, neste caso, faz-se de extrema importância na identificação, diagnose e mitigação das emissões de odores no entorno das estações de tratamento de efluentes, com prevalência da manutenção da qualidade de vida das populações. Mesmo com avanços na área, enfrenta-se ainda o problema da falta de padrões de emissão capazes de orientar equipes técnicas no processo de avaliação e mitigação destes impactos de vizinhança.

No Brasil, essa problemática é regida pela Resolução CONAMA nº 003, que regulamenta os padrões de qualidade do ar, porém não especifica sobre padrões de emissão de sulfeto de hidrogênio em estações de tratamento de efluente ou de nenhum outro gás característico deste tipo de atividade. No mundo, a American Conference of Governmental Industrial Higienists (ACGIH) e o National Institute for Ocupacional Safety and Health (NIOSH) indicam que o limite de tolerância para emissão de H2S é de 10 ppm por dia, e que a concentração mínima perceptível por humanos é em torno de 0,0005 ppm.

O sulfeto de hidrogênio em ETE pode vir dos despejos de indústrias, da decomposição anaeróbia de matéria orgânica, das águas de infiltração e da redução de tiossulfato, sulfito, enxofre livre e outros compostos inorgânicos presentes em efluentes. No entanto, a principal fonte é a redução bacteriana do íon sulfato.

Nesse sentido, a instalação de estações de tratamento de efluentes requer, dentre vários outros estudos, o conhecimento sobre os padrões climáticos da região, ao passo que tais condições são responsáveis pelo transporte, transformação e dispersão dos gases emitidos ao longo do processo de tratamento escolhido. Parâmetros meteorológicos como direção e velocidade do vento, estabilidade atmosférica, pressão, temperatura, turbulências, etc., podem reduzir ou ampliar os níveis de poluição do ar em uma determinada região.

A influência da velocidade do vento remete à diluição dos poluentes atmosféricos, ao passo que esses variam proporcionalmente, bem como também influi na turbulência causada por essa velocidade, responsável pela dispersão dos gases na atmosfera.

A literatura aponta a olfatometria, avaliação da resposta de um conjunto de indivíduos em exposição a certo odor, fundamentada na importância das mucosas nasais como captores disponíveis para tal fim; o nariz eletrônico, rede de sensores de gás não-seletivos que simulam os receptores biológicos presentes no olfato humano; e alguns métodos físico-químicos como os principais tipos de análise de compostos odorantes. 

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Avaliação da emissão de gás sulfídrico e os impactos de vizinhança no entorno da estação de tratamento de efluentes “ETE Norte”, na cidade de Palmas – TO, defendida por Sabrine Barbosa Lima, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental – PPGEA, da Universidade Federal do Tocantins – UFT, sob orientação do professor Aurélio Pessôa Picanço.