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Publicado em 15 de junho de 2023 por Mecânica de Comunicação

Usabilidade deve ser observada para construção de composteiras domiciliares

A compostagem é um processo controlado, de decomposição bioquímica de materiais orgânicos transformados em um produto mais estável e utilizado como fertilizante, obtendo-o mais rapidamente se em melhores condições para os atuantes na estabilização da matéria orgânica.

Como principal modelo de compostagem em pequena escala descentralizada tem-se a compostagem domiciliar realizada no âmbito familiar, em jardins, terraços, áreas de serviço, hortas ou qualquer outro local apropriado, com quantidades pequenas de resíduos e utilizando sistemas mais simples. Por sua vez a compostagem comunitária e a institucional seriam opções intermediárias entre a escala doméstica e a industrial, tanto em relação ao volume de resíduos compostados, como ao número de pessoas envolvidas. A compostagem em larga escala pode acontecer em sistemas abertos-pilhas ou fechados-mecânicos

A compostagem descentralizada pode ser realizada diretamente no solo mediante critérios mínimos, ou em equipamentos específicos denominados composteiras, artesanais ou industrializadas. No caso da compostagem domiciliar em ambientes urbanos as composteiras são amplamente utilizadas. O recipiente (equipamento) é um fator de influência nas taxas de reciclagem.

Em relação às composteiras existentes há alguns desafios de usabilidade, como geração de odor, propenso a proliferação de insetos e roedores e dificuldade de limpeza. Além disso, podem até liberar gases do efeito estufa. É comum o relato nos estudos sobre compostagem que o design da composteira influencia no processo de compostagem, para obter melhores resultados portanto, é importante identificar eficácia das caixas de compostagem.

Uma pesquisa, inclusive, avaliou a geometria no desempenho operacional e na usabilidade de protótipos de composteiras, através de testes de bancada e com voluntários, e concluiu-se que a forma geométrica interferiu tanto nas características do composto quanto na usabilidade do equipamento.

Estímulos adequados do projeto, como forma, cor, material construtivo, podem aumentar substancialmente a probabilidade de comportamentos para a prática da reciclagem. Isso indica que quando há participação do público no processo de desenvolvimento da solução, seja para elaboração de logotipos, seja para escolha de cores ou outros elementos de usabilidade, o comportamento com relação a participação é melhor do que quando o projeto é imposto pelo poder público, por exemplo.

Nesse sentido, os protótipos são uma forma econômica de testar como os usuários interagem com o produto. Os designers criam versões simples e reduzidas dos produtos, que podem ser usadas para observar, registrar, julgar e medir os níveis de desempenho do usuário com base em elementos específicos, ou no comportamento geral, interações e reações dos usuários.

Apesar de benéfica, a compostagem enfrenta barreiras. Um estudo realizado em Londres examinou as motivações e restrições para a reciclagem em domicílios. Entre fatores restritivos os entrevistados indicam espaço insuficiente para os equipamentos de reciclagem, falta de tempo e informações insuficientes sobre como reciclar. Como motivação indicam que a reciclagem é uma atividade agradável, o encorajamento a partir do exemplo dos vizinhos, e para cumprir exigências das autoridades locais.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Desenvolvimento e avaliação de protótipo de composteira para uso em ambientes domiciliares, defendida por Rafaela Recla Cometti, no Programa de Pós-graduação em Tecnologias Sustentáveis do Instituto Federal do Espírito Santo, sob orientação da professora Jacqueline Rogéria Bringhenti e coorientação da professora Poliana Daré Zampirolli.